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Va¡rias espanãcies de dinossauros não apenas viveram no artico, mas também se aninharam la¡
Pesquisadores relatando na revista Current Biology em 24 de junho descobriram a primeira evidência convincente de que várias espanãcies de dinossauros não apenas viviam no que éhoje o norte do Alasca, mas também se aninhavam la¡.
Por Cell Press - 25/06/2021


Representação arta­stica do tiranossauro Nanuqsaurus com seus filhotes. Crédito: James Havens

Na década de 1950, os pesquisadores fizeram as primeiras descobertas inesperadas de restos de dinossauros em latitudes polares geladas. Agora, pesquisadores relatando na revista Current Biology em 24 de junho descobriram a primeira evidência convincente de que várias espanãcies de dinossauros não apenas viviam no que éhoje o norte do Alasca, mas também se aninhavam la¡.

"Eles representam os dinossauros mais setentrionais que se sabe que existiram", diz Patrick Druckenmiller, do Museu do Norte da Universidade do Alasca. "Nãoapenas demonstramos a presença de restos perinatais - no ovo ou apenas eclodidos - de uma ou duas espanãcies , mas documentamos pelo menos sete espanãcies de dinossauros se reproduzindo no artico."

Estudos anteriores em um punhado de outros locais forneceram evidaªncias tentadoras de que uma ou duas espanãcies de dinossauros indeterminados eram capazes de aninhar perto ou logo acima dos ca­rculos a¡rticos ou anta¡rticos, diz ele, mas este estudo éo primeiro a mostrar evidaªncias inequa­vocas de aninhamento em latitudes extremamente altas. As condições ambientais nesta anãpoca e local indicam extremos sazonais desafiadores, com uma temperatura média anual de cerca de 6 graus Celsius (cerca de 40 graus Fahrenheit). Tambanãm teria havido cerca de quatro meses de escurida£o total no inverno com condições de congelamento.

Druckenmiller e o coautor Gregory Erickson, da Florida State University, tem um projeto de longa data para documentar o antigo ecossistema a¡rtico da Formação Prince Creek no norte do Alasca, incluindo seus dinossauros, mama­feros e outros vertebrados. Eles também querem saber como viveram la¡, dado o ambiente desafiador. O ambiente também éum local difa­cil de trabalhar.

Ossos e dentes de dinossauros perinatais (bebaªs) da Formação Prince Creek, norte do Alasca (a moeda de um centavo tem 19 mm de dia¢metro). Crédito: Patrick Druckenmiller
"A temporada de campo écurta no artico e o acesso émuito difa­cil - aviaµes e pequenos barcos são necessa¡rios", diz Druckenmiller. "Para tornar as coisas mais desafiadoras, a única maneira de ver as rochas éem penhascosÍngremes cortados pelo rio ao longo do maior rio do norte do Alasca, o Colville. Esses penhascos são perigosos, sujeitos a colapsos catastra³ficos, tornando difa­cil encontrar e extrair com segurança fa³sseis. Como tal, nos concentramos em encontrar horizontes ósseos distintos, onde podemos escavar muitos ossos com mais eficiência. No processo, também descobrimos vários novos depa³sitos de microfa³sseis que forneceram uma riqueza de novos conhecimentos sobre todo o ecossistema que viveu no artico, hámais de 70 milhões de anos. "
 
Ao longo de cerca de uma década de trabalho a¡rduo, os pesquisadores, auxiliados por muitos alunos que alistaram ao longo dos anos, agora encontraram centenas de pequenos ossos de dinossauros bebaªs, incluindo dentes minaºsculos de indivíduos que ainda estavam no ovo ou tinham apenas eclodiu. Os dinossauros a¡rticos que eles descobriram incluem espanãcies herba­voras de corpo pequeno e grande, incluindo hadrossaura­deos (dinossauros de bico de pato), ceratopsianos (dinossauros com chifres e leptoceratopsianos), escelossauros e carna­voros (tiranossauros, troodonta­deos e dromaeossauros).

"Nãofaz muito tempo que a ideia de encontrar dinossauros em latitudes e ambientes tão extremos foi uma surpresa", diz Druckenmiller. “Descobrir então que a maioria, senão todas as espanãcies também reproduzidas no artico, érealmente nota¡vel. Ha¡ muito tempo nos perguntam: 'Vocaª encontrou algum ovo?' Para isso nostemos, e ainda respondemos 'não'. Mas, temos algo muito melhor: os pra³prios bebaªs dinossauros. "

As descobertas aumentam a evidência de que os dinossauros não apenas passam tempo nessas latitudes extremas, mas provavelmente viveram la¡ como residentes o ano todo. Suas evidaªncias sugerem que tanto dinossauros menores quanto espanãcies maiores, como dinossauros com bico de pato, dinossauros com chifres e um tiranossauro que provavelmente poderia ter migrado para climas mais quentes, residiam no artico.

"A residaªncia durante todo o ano no artico oferece um teste natural da fisiologia dos dinossauros", diz Erickson. "Vertebrados terrestres de sangue frio como anfa­bios, lagartos e crocodilianos ainda não foram encontrados, apenas pa¡ssaros e mama­feros de sangue quente - e dinossauros. Acho que esta éuma das evidaªncias mais convincentes de que os dinossauros eram de fato de sangue quente. "

Erickson diz que agora tem novas perguntas sobre como os dinossauros sobreviveram aos invernos a¡rticos. a‰ prova¡vel que eles tivessem estratanãgias únicas para lidar com a escurida£o, temperaturas frias e limitação de alimentos, dizem os pesquisadores.

 

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